sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Out of the darkness



I know that it’s true
It’s gonna be a good year
Out of the darkness
And into the fire

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

A Internet está de luto

Morreu Denis Dutton, fundador do Arts and Letters Daily.

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

A canção de 2010



(Em estrangeiro.)

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Só para início de conversa



Não só por Maria de Lurdes Modesto ser quem é ou porque o livro está organizado como qualquer livro de receitas deveria estar (o «Ensopado de Borrego», por exemplo, é de «Reguengos de Monsaraz», enquanto que o «Modo Familiar de Aproveitar o Cabrito» é de «Fornos de Algodres»), mas porque logo na segunda frase do prefácio aparece um ponto-e-vírgula precisamente onde deveria aparecer. Isto é algo cuja importância os chacais desta vida nunca alcançarão («alcançarão» poderia ser um ingrediente, vejam lá): aposto que o Henrique Sá Pessoa nunca usou um ponto-e-vírgula na vida, quanto mais bem metido. Parecendo que não, faz toda a diferença.

O meu filme de 2009 de 2010



Just because she likes the same bizzaro crap you do doesn't mean she's your soul mate.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Pôncio



Era um fanático - e eu no futebol só respeito os fanáticos. Do lado oposto da barricada, certo, mas dos que enobreciam a batalha. Mas acima de tudo era um homem de uma capacidade retórica fabulosa (capaz de inventar o sinuoso conceito de «intensidade» no contacto faltoso) apoiada num sentido de humor comovente. Muito provavelmente vai invocar-se a sua «ironia», mas a ironia é uma arma de quem ainda leva as coisas a sério, e nós sempre suspeitámos que Pôncio Monteiro estava ali só para dar baile à malta. Morreu um homem inteligente e, muito provavelmente, bom.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Água fria

O Natal não era suposto ser isto (vocês sabem, festas da empresa, amigos secretos, shoppings ao fim-de-semana, «até 20 euros», este ano não se dá presentes, o vazio instala-se, dá-se presentes outra vez, afinal é natal). Desde que o Natal foi apropriado pelos ateus que já não é Natal, é outra coisa qualquer. Estou a ser desonesto, eu sei. O Natal não foi «apropriado pelos ateus»: os ateus é que nasceram todos em famílias religiosas (não há quem não tenha uma avó católica, pelo menos) e têm vindo a seleccionar muito bem aquilo que é purgado. Isto é, deitaram fora o menino mas ficaram com a água do banho, que está quentinha. Mas sem o menino a água vai esfriar, é só uma questão de tempo.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Carlos Pinto Coelho

Lembro-me de concordar com o fim do Acontece. Era um magazine cultural diário mas um magazine cultural diário frequentemente aborrecido e aparentemente pouco disponível a sair de um círculo relativamente fechado. Era, compreensivelmente, um magazine cultural muito centrado na visão cultural do seu criador que era inevitavelmente diferente da minha. Também me lembro de achar que o Acontece daria lugar a um novo espaço de divulgação cultural mais ágil, mais abrangente, isto era, mais interessante. O que se passou depois foi o que se viu: o Acontece não deu lugar a coisa nenhuma e em vez de um magazine cultural a espaços cativante temos agora nenhum magazine cultural. Houve tentativas, das quais o Câmara Clara é o último exemplo, que só vieram demonstrar a superioridade moral do Acontece. Afinal, os seus defeitos eram o espelho dos seus méritos: ambos decorriam do facto do Acontece ser um programa totalmente dependente da paixão e empenho de uma pessoa só. Que isto não nos surja como uma surpresa e que nos sirva de lição: o que é bom é para se manter e os velhos é que sabem. Carlos Pinto Coelho, fazes falta.

Boas notícias

Câmara de Lisboa tem de pagar 119 milhões por terreno na Alta de Lisboa

Más notícias

O governo PS desistiu de combater o desemprego.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Ficávamos aqui o dia todo

Olha, olha, 2004 outra vez. O debate é bom e o assunto inesgotável, porque a matéria que o compõe vem, sobretudo e para desespero dos profissionais (nós), das reacções emocionais que os edifícios provocam (já demonstrei em sede própria o meu descontentamento com o diagrama). Este é talvez o ponto que mais me afasta da resposta do João, isto é, não concordo com o subterfúgio hábil de desligar a má construção da arquitectura. Porque a má construção, mesmo quando realizada sem a intervenção de qualquer arquitecto (mesmo que seja o filho do construtor civil que tirou o curso «na privada» para assinar os projectos do pai), é arquitectura, na medida em que é a materialização de uma vontade, mesmo que uma vontade sub-consciente. É arquitectura sem arquitecto, facto, mas não é uma arquitectura totalmente órfã: não há pai mas há tios. E os tios são as obras de arquitectura desenhadas por arquitectos que essa arquitectura bastarda quer emular. E se anteriormente havia o modelo que era replicado vezes sem conta, agora não se propagam formas nem protótipos acabados mas um estado de espírito que deifica a criatividade, o novo, o diferente. Se uma estrutura de alçado é de cópia fácil (não é preciso ser um rocket scientist para perceber uma relação de proporcionalidade entre o vão e o paramento), a natureza da arquitectura contemporânea não se coaduna com exercícios de cópia e multiplicação (aquela janela só faz sentido naquela obra naquele contexto naquele ano naquele mês.) É por isto que os prédios de rendimento do século XIX não são maus (porque o que copiavam prestava-se a cópias) e que Massamá é mau (porque não sabe o que copiar). Uma cópia de uma obra do Turner resulta (tanto que alimenta o mercado da burla), uma cópia do urinol do Duschamp é apenas um urinol.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

É educado porque é rico

«Ao contrário do que julgam os políticos desta democracia em que vivemos, um país não é rico porque é educado, é educado porque é rico.»

VPV

Esta é uma das linhas que separa a esquerda da direita, e o Vasco Pulido Valente, apesar de tudo, ainda está do lado de cá.

Zooey

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Lennon

Na clássica disputa entre Lennon e McCartney escolho George Harrison.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

2010 (2)

O outro álbum do ano, desta vez do estrangeiro, foi, mas com duas voltas de avanço, este:



E logo com dedicatória à nossa cidade.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

2010

Não há listas para ninguém, mas se me perguntarem pelos «álbuns do ano» ou o que é, tenho resposta pronta.



Vénia.

Foguetes

(...) Em Setúbal, na noite em que Sá Carneiro morreu, houve foguetes pelo ar. É verdade. Foguetes que sacudiram os céus da cidade. Rejubilavam. Quem pôde ser tão patife? A coisa não foi feita com dissimulação, e os comunistas mostraram abertamente os seus sorrisos e o seu triunfo. Exibiram provocatoriamente a sua satisfação. (...)

Miguel Morgado

Wikiloucos

Façam o que fizerem, não o matem: fazer de Assange um mártir é a última coisa que queremos.

domingo, 5 de dezembro de 2010

Sá Carneiro

Dois homens fundaram a direita democrática em Portugal. Um foi Sá Carneiro, o outro acabou ministro do PS. A tragédia também passa por aqui.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010