«Era deste jaez (feliz palavra árabe, cada vez menos usada e cujo significado vem em todos os dicionários e bela expressão tão rafada em tempo de letras mais bojudas, que qualquer escritor, com uma única excepção, hesitaria em usá-la), era deste jaez, dizia (fórmula de repetição também recuperada do arsenal literário e que se destina a evitar que a atenção do leitor se distraia e comece a pensar noutras coisas, nanja no essencial), dizia (embora antes seja meu dever chamar a atenção para este magnífico "nanja", que não é de origem japonesa, mas sim de etimologia facilmente descortinável) e tendo-me eu esquecido da continuação da frase vou retomá-la, desde o início com vossa licença.»A Arte de Morrer Longe, Mário de CarvalhoBasta ao mundo moderno desencantado ser narrado pelo narrador dos livros de Mário de Carvalho para que tudo lhe seja perdoado.