terça-feira, 21 de maio de 2013
Empreendedorismo como deve ser
Tenho por Miguel Gonçalves o mesmo atrito que qualquer pessoa de bem deve ter. Também mantenho uma distância saudável do culto do empreendedorismo selvagem quando este é usado para condenar uma certa classe média que, naturalmente, tem como expectativa de vida um «emprego». Nem todos nascemos para ser empreendedores, e os empreendedores deveriam saber que essa é uma óptima notícia para eles. Por isso, devo dizer que ontem, quando deram voz a um miúdo empreendedor de 16 anos no Prós e Contras, não estava à espera de ser supreendido. Mas fui. O nome do miúdo é Martim Neves. O seu discurso é exactamente o discurso que qualquer empreendedor deve ter: focado nos dados da equação e pouco interessado em moralismos estapafúrdios. Foi comovente vê-lo explicar à Professora Doutora Raquel Varela como se cria emprego, ou a dizer, e bem, a Fátima Campos Ferreira que não tinha achado «saudável» o escárnio da plateia sobre o «empreendedorismo». Que o país - e o Miguel Gonçalves - não estrague o Martim Neves.