sexta-feira, 3 de março de 2006
Boreback Mountain
Tiago Guedes (co-autor com Frederico Serra do moderadamente esperado Coisa Ruim) dizia, em entrevista na TSF a Carlos Vaz Marques, que o seu maior medo era que os espectadores se aborrecessem durante um filme seu. Pois bem, movido pela nobre iniciativa de até domingo à noite cumprir o visionamento dos mais sérios candidatos aos Óscares deste ano (Jon Stewart, Angelina Jolie, o que vocês me fazem) fui ver o Brokeback Mountain. Se, porventura, tivesse sido Tiago Guedes a realizá-lo, dir-lhe-ia que o seu receio se tinha transformado em realidade. Brokeback Mountain é um filme chato de tão banal. Pouco inventivo, com personagens sofríveis (sobretudo o protagonista, Ennis Del Mar) mas superiormente filmado. Ang Lee passa com distinção (acompanhado de Rodrigo Prieto na fotografia), mas sem ovos não se fazem omoletes. É aqui que a porca torce o rabo. Brokeback Mountain é tão verosímil que aborrece qualquer um que espera algo mais do que simplesmente um romance gay. Um argumento politicamente ultra-correcto sobre uma estória desinteressante. Uma estopada.