Vamos lá então. Carvalho da Silva diz que «aderiram à greve mais de três milhões de trabalhadores». Carvalho da Silva diz o que quer, mas é nossa obrigação fazer algumas contas básicas. Primeiro, os dados:
População de Portugal: 10.645.383
População Activa: 5.582.700
Desempregados: 608.514 (831.822 real)
Número de empresas em Portugal: 348.994
Independentes: 424.285
Partindo do princípio de que as 348.994 empresas portuguesas têm um patrão cada uma, o número de pessoas passíveis de fazerem greve em Portugal é o seguinte:
5.582.700 - 831.822 -348.994 - 424.285 = 3.977.599
Ora, destes três milhões, novecentos e setenta e sete mil, quinhentos e noventa e nove trabalhadores, há que estimar uma percentagem de pessoas que, não aderindo à greve, não foi trabalhar devido à greve dos trabalhadores do sector dos transportes. Para efeitos desta nossa conversa aqui, digamos que essa percentagem é de, hum, 24,577% (ou seja, 1 em cada 4 trabalhadores tentou ir trabalhar mas não conseguiu). Não parece descabido. Assim, temos mais este dado:
Estimativa do número de trabalhadores que não foram trabalhar devido à greve dos trabalhadores do sector dos transportes e não porque «aderiram à greve»: 24,577% x 3.977.599 = 977.574
Estamos então em condições de apresentar o número de trabalhadores (empregados por conta de outrem) que trabalharam efectivamente em Portugal no dia 24 de Novembro de 2010 segundo Carvalho da Silva:
3.977.599 - 977.574 - 3.000.000 = 4.