A minha ideia foi a de fazer ruas e pátios com logradouros interiores. A grande novidade era, então, a de cortar com os ideais de Le Corbusier, abrindo quarteirões, ou seja, ventilá-los, em vez de os fechar. Mas nos Olivais Sul éramos todos arquitectos diferentes e aquilo saiu tudo pulverizado. Todos nos excedemos ali, o que não foi bom. A cidade é feita da variedade quando há diferença de tempo, com as ruas a dar homogeneidade. Nos Olivais Sul, o suporte urbanístico não dá essa homogeneidade, porque ele próprio foi desenhado de uma forma mais ou menos artística, pela rejeição da tradicional rua-praça-viela.
Nuno Portas, in Arquitectura e Construção nº 47