terça-feira, 21 de dezembro de 2010
Pôncio
Era um fanático - e eu no futebol só respeito os fanáticos. Do lado oposto da barricada, certo, mas dos que enobreciam a batalha. Mas acima de tudo era um homem de uma capacidade retórica fabulosa (capaz de inventar o sinuoso conceito de «intensidade» no contacto faltoso) apoiada num sentido de humor comovente. Muito provavelmente vai invocar-se a sua «ironia», mas a ironia é uma arma de quem ainda leva as coisas a sério, e nós sempre suspeitámos que Pôncio Monteiro estava ali só para dar baile à malta. Morreu um homem inteligente e, muito provavelmente, bom.