segunda-feira, 9 de maio de 2011
A Feira do Livro
Fui à Feira do Livro. Graças às últimas edições as expectativas já eram baixas. Continua tudo na mesma. Liberdade, de Jonathan Franzen, cujo «preço de catálogo» é 25€, tinha um «preço de feira» de 22,50€. Comprando na Book Depository, Freedom fica a 17,30€. Os fundos de catálogo pareceram-me muito profundos; o único autor português promovido decentemente continuar a ser Saramago. Quis comprar um livro sobre física contemporânea para leigos (sobre o CERN ou assim): nada. Descobri que Mário Cordeiro tem um romance com uma «personagem que nos ensina ser tudo possível na alma do amor» (quem tem filhos tem pelo menos um livro do Mário Cordeiro em casa: no Grande Livro do Bebé, O primeiro ano de vida, há uma página inteira dedicada a explicar aos pais as razões pelas quais não se pode dar álcool a pessoas entre os 0 e 1 anos de idade). As bancas da Babel são interessantíssimas: arruinam o conceito de feira e obrigam os leitores a entrar numa espécie de comboio fantasma climatizado, uma versão de livraria convencional feita de painés de aglomerado de madeira. A Leya está mais comedida, é perfeitamente possível que uma pessoa passe por lá sem ter reparado que passou por lá, o que se saúda. Vi muitos pais com crianças comprando livros para crianças (gostava de saber qual o peso nas vendas globais da feira dos livros dirigidos ao mercado infantil e juvenil, imagino que enorme). Não reconheci nenhum dos autores presentes (fui cedo). Pela primeira vez não comprei livro algum, mas não afasto a possibilidade de o problema ser meu.