quinta-feira, 27 de setembro de 2012
Zero vírgula três
Rua Castilho. Dia de chuva, greve no metro, trânsito difícil. O semáforo abre e, após aquele intervalo de tempo tão característico destas situações, o carro de trás manifesta o seu desagrado pelo facto de o carro da frente ainda estar parado. Uns metros mais à frente, um «carro de alta cilindrada» (já vos disse que no trânsito sou marxista?), estacionado na faixa da direita, obriga todos os condutores a contorná-lo, entupindo a circulação da rua toda. O mesmo condutor que, segundos antes, se tinha aproximado de um colapso nervoso devido a um atraso de zero virgula três segundos, mantém a calma e parece reconhecer aquele troço da faixa de rodagem como um lugar de estacionamento reconhecido pela EMEL. «Basta estarmos conscientes e entender que vivemos num mundo completamente absurdo», já dizia o Pancho Guedes.