terça-feira, 4 de julho de 2006
Passa a palavra
Vital Moreira quis ser mais uma vez recta pronúncia. Agora diz, do alto da sua cátedra, que a selecção portuguesa tem de jogar com as cores nacionais, e não com este «bordeaux exótico», fascista na sua génese, como fascistas são aqueles que dizem encarnado em vez de vermelho (olha aqui um). É claro que os organismos do futebol da Holanda, da Itália, da Alemanha e da Espanha também são fascistas, e anti-fascistas são todos aqueles que sabem quando se deve invocar a bandeira, e quando invocar a bandeira é fascista. Fascismos à parte, não era disto que eu queria falar. Eu queria falar de bola, e do jogo que está prestes a começar. Torço pela Itália, que é a única equipa que tem direito a jogar cínica e defensivamente, tendo registado os direitos de autor ainda nos anos 60, quando toda a gente andava entretida com flores e revoluções. São honestos e fazem-no bem, não são como estes agora todos que jogam assim porque não sabem jogar de outra maneira (julgam-se descobridores do «pragmatismo», ah ingénuos). Também torço pela Itália porque gosto de torcer pelos vencedores, e hoje parece-me óbvio que a Itália ganha (1-0, Toni). Além disso, a Alemanha é a equipa da casa e, por princípio, devemos estar sempre contra a equipa da casa. Quanto ao jogo de amanhã, está tudo resumido aqui: "LIBERTÉ, EGALITÉ E VANCIFUDÉ!".