Obviamente que o caso da licenciatura de Sócrates é gravíssimo. E obviamente o Público, em total isolamento de outros media, fez (no seguimento de um blog, que não li) um excelente trabalho. José Manuel Fernandes está de parabéns. Ter de explicar porque é que é assim é ter de explicar o alfabeto elementar da democracia, entre outras coisas a distinção entre o público e o privado. A infidelidade conjugal, por exemplo, é uma matéria privada. A obtenção de uma licenciatura não. A presunção que ela foi obtida por favor político e em desprezo de todas as formalidades, é, tratando-se do Primeiro-Ministro, matéria que deve ser investigada até ao mais ínfimo detalhe. E, se provado que assim foi, conduzir directamente à demissão de José Sócrates. Porque, se provado que assim foi, não resta uma molécula de autoridade ao Primeiro-Ministro. Tão simples quanto isso. Simplex.
Paulo Tunhas, no blogue da Atlântico