segunda-feira, 30 de novembro de 2009
Não se pode ganhar sempre
Não se pode ganhar sempre, senhor Roberto Bolaño. A verdade é que as condições do relvado foram ainda piores do que as do estádio de alvalade: aos preparativos para a mudança e obras em casa juntou-se o facto de 2009 já contar com dois bolaños (pode dizer-se, dois «bolaños»?), o que transformou muitas páginas de 2666 tão «fofas» quanto o batatal do Campo Grande. O tempo não esticou e aos poucos fui abandonando Amalfitano que, numa atitude que não posso dizer que me tenha surpreendido, não sentiu a minha falta. Somos os dois adultos e chegámos serenamente à conclusão que teríamos de ir cada um à sua vida. Dar um tempo, talvez um dia mais tarde, embora sem muita convicção. Mas não fico sozinho. Voltei para um livro que nunca li.