«Pilar del Río, uma extraordinária escritora transgressora e rebelde, que afinal abdicou da carreira para se dedicar ao esposo, pergunta hoje, na Pública, como é possível haver mulheres que continuam a sentir fascinação pela figura do pai. É a figura do impostor, o depositário da autoridade divina e social. A resposta é simples. Há mulheres que tiveram um pai bom, carinhoso e protector, pelo que é natural que sintam fascínio por tal figura.
Por que motivo alguém faz regra da sua má experiência individual e a partir daí pinta o mundo com cores de raiva e azedume? Porque ter-se sido mal amada torna insuportável a boa experiência dos outros. Daí a exaurir teses psicossociais de pacotilha é um passo. Pequeno e mais frequente do que se julga.»
Filipe Nunes Vicente