Este foi muito útil para eu perceber uma série de coisas.
1. Nunca gostei da Holanda, afinal. Eu cresci a amar - a palavra é mesmo amar - o futebol holandês. Desde criança que, devido à ausência de Portugal nas fases finais seja do que for, a Holanda é a minha selecção. Hoje percebi que «a Holanda» não representa nada mais do que o conjunto dos jogadores que a representam e, sobretudo, representaram. Eu amei a selecção de Gullit, Rijkaard e Van Basten nos anos 80, como amei a selecção de Davids, Seedorf e Bergkamp dos anos 90; este aglomerado de jogadores que orbitam em torno de Sneijder provocam em mim um sentimento muito pouco consentâneo com a minha memória. Há algo de profundamente errado com esta selecção de Van Persies, Kuyts e Robbens (por Deus, o Robben é único jogador do mundo com um rácio inteligência / talento menor do que o Di Maria) e eu acho que já sei qual é: faltam pretos. Esta Holanda não tem um único preto que se veja (tem Elia que não joga). O mais parecido que tem com um preto é aquele trinco que não é o Van Bommel e o lateral direito, e mesmo esses imagino que será preciso ir até à terceira geração para se encontrar um preto de jeito. Esta Holanda quase que parece escalonada pelo Pim Fortuyn, e isso não pode ser bom para ninguém.
2. O Filipe Melo é uma besta.
3. O Dunga é uma besta.
4. O Brasil, que anda há 20 anos a apresentar selecções cheias de trincos por todo o lado, vai ter de mudar de atitude: assim já não vai lá, e isto pode ser bom para o futebol.
5. Vamos ter um Holanda-Uruguai (ou Gana, sei lá, já não digo nada) nas meias enquanto que do outro lado do quadro vamos ter um Argentina-Alemanha nos quartos: a Itália faz muita falta.
6. Se, porventura, a final for Holanda-Espanha, está garantido um novo campeão do mundo, e isso é bonito.
7. Os comentadores da Sporttv não conseguiram dizer uma única vez a palavra «Maicon» sem dizer «o melhor lateral direito do mundo» logo depois. Pavloviano.
8. Olha o Mainardi cheio de razão.
9. O Fizz é o filho bastardo do Super Maxi e do Calipo.