«Os jornalistas aproximam-se de António José Seguro e perguntam: concorda com a greve dos professores em dia de exames? Seguro responde: apelo ao bom senso das partes porque o governo deixou gangrenar o problema. E os jornalistas repetem a pergunta. E Seguro repete a resposta. Percebo o que se passa na cabeça de Seguro durante esta farsa. Por um lado, apoiar a greve seria revoltar milhares de famílias que têm os filhos em pânico e as férias arruinadas. Por outro lado, condenar a greve seria alienar milhares de professores que também votam PS. Melhor não dizer nada e não se comprometer com nada, na esperança piedosa de não assustar as manadas. Seguro representa bem o tipo de político que os partidos geraram: um holograma simpático que, na hora do aperto, não gosta de ser apertado. Vai longe. Nós, com líderes destes, é que não.»
«O Homem Invisível», João Pereira Coutinho