sábado, 6 de agosto de 2005
Outra, a mesma
«Levo namorada», disse, sabendo nós que a sua relação com C., que durara alguns anos, terminara há algum tempo. «Será uma gaja nova?», interrogaram-se os amigos, sem pudor, apelidando a misteriosa figura feminina de gaja como se de um objecto qualquer se tratasse. Todos sabiam, no entanto, que a namorada em questão era C. (por várias razões que não interessam agora), a mesma de sempre, que suscitava a simpatia de todos. Ainda assim, apesar de C. ser alguém (muito) querido ao grupo, ninguém escondia o desejo de o ver chegar com uma gaja nova. Porquê? Por nenhuma razão que possa fazer sentido. É nestas alturas que se tem de admitir que somos todos uns cabrões.