Devido ao calor intenso que se faz sentir, este blogue não encontra condições para assegurar mais do que os serviços mínimos. Ou seja, e para uma definição de serviços mínimos, vai abusar-se da citação:
Há um argumento a favor dos fogos de Verão que ainda não vi discutido em Portugal. A coisa é algo animista e nunca chegará aos jornais, mas não é improvável que os incêndios resultem do desejo legítimo que o território nacional tem de emigrar. É um direito indiscutível que assiste os portugueses e que deve ser defendido também para o País. Sim, para a terra, as árvores e as pedras portuguesas. O mármore português ainda beneficia das exportações e deixa Portugal de forma legal. Mas imaginemos a agonia de um carvalho centenário, literalmente enraizado dentro de uma reserva natural. Que hipóteses tem esta respeitável árvore de sair legalmente de Portugal? Nenhuma. Não acham isto trágico? Eu acho. Depois admirem-se que ande por aí tanta árvore a imolar-se pelo fogo e a abandonar o país na forma de cinzas levadas pelo vento.
Tulius Detritus, n'A Memória Inventada