quinta-feira, 29 de março de 2007
Richard Rogers
Poucos edifícios me impressionaram tanto como o Lloyds. Nesta época da fácil transmissão da imagem e da arquitectura que se tornou refém dessa mesma imagem, os edifícios famosos transformaram-se em máquinas de desilusão, experiências falhadas no confronto com o conceito entretanto gerado na nossa memória. Comigo tem sido sempre assim, quase invariavelmente. A sede do Lloyds, que vi há precisamente 12 dias (contei-os), conseguiu a proeza de ter fintado por completo todas as impressões que levava na bagagem. Deixou-me rendido e exaltante. Curiosamente, a apenas uns metros de distância, a partilhar o protagonismo daquela esquina escura da city, fica o 30 St Mary Axe, bastante mais recente e fruto de uma lógica diferente, que também me surpreendeu pela positiva, muito pela positiva. Norman Foster já tinha ganho o Pritzker em 1999. No ano anterior tinha sido a vez de Renzo Piano, co-autor do Pompidou. Muito justamente, cá está o Pritzker deste ano para Richard Rogers. Agora, e para completar o naipe, só falta o Pritzker para o mais novo do trio maravilha inglês: Nicholas Grimshaw.