sexta-feira, 28 de outubro de 2005

Já era para ter feito o copy paste de manhã, mas entretanto não fiz

E o João chegou-se à frente. De qualquer forma, o maradona fica desde já nomeado o meu porta-voz oficial sobre o qualquer assunto que inclua o conceito «Cavaco», ainda que apenas dispersa e vagamente.

(...) Sei que esta é uma preocupação, assim aradidamente (mas não erroneamente) descrita, considerada mesquinha por quelas bandas. Falamos de pessoas que lêem livros, sabem poesias de cór, vão à cinemateca; eles é só história, museus, viagens ao estrangeiro; mudam de casa porque, e passo a citar, "já não têm lugar para pôr os livros"; borbulham neles as últimas teorias de como organizar a sociedade, fumegam ferozes dialéticas entre justiça e igualdade, rabujam pelas péssimas traduções que se fazem em Portugal, vivem dilacerados pela paupérrima escolha de livros em língua estrangeira da Fnac (não se consegue encontrar um Poe), etc, etc, etc.

De facto, nós, os cavaquistas, pelo menos este tipo de cavaquista, não achamos que isso seja muito importante, não nos cabe na cabeça comprar uma casa sem lareira no topo da qual coloquemos um relógio ao estilo francês do século XVIII. Conquistada a liberdade, sem sabermos como nem por quem nem quanto custou, esquecidos e desinteressados de como foram as lutas pela liberdade e pela democracia, só nos interessamos por ter um granda carrão. Aliás, preferimos comer McDonald's todos os dias a não ter aquele carro. "Quanto é que ganhas?" é a única pergunta que nos liga ao próximo, a inveja domina-nos um pouco os dias e se nos levantamos de manhã é para mitigá-la fazendo com que sejam os outros a ter inveja de nós.

Sou eu, é o meu mundo, é onde vou votar, é onde mais gosto de viver. Não quero um político com ideias para o país; principalmente, não quero um político com ideias para mim; quero que me "deixem trabalhar", e achar-me sozinho, a mim, e ao meu país.


Cavaconomics, por maradona (aos 28 dias do mês de outubro)