Pacheco Pereira, numa nota muito acertada:
Há alturas em que se percebe muito bem por que razão a Igreja sobrevive no tempo. A análise que a Conferência Episcopal portuguesa faz dos resultados do referendo é um excelente exemplo de ponderação e de atenção à realidade e à mudança. Contrariamente ao que toda uma escola de ressentidos do "não", muito representada nos blogues "de direita", faz, a Igreja afirma haver significativas mudanças de mentalidade na sociedade portuguesa, identifica essas mudanças pela maior importância dada à autonomia individual (não usa este termo, mas quase), dá importância ao resultado, tenta compreender o "sim" sem anátemas, nem minimizações. É por isso que vai continuar a ter um papel decisivo, diferente do passado, mas fundamental.
Eu acrescentaria que neste caso não se trata da «Igreja», mas sim da Conferência Episcopal, que reúne homens como D. José Policarpo e D. Carlos Azevedo, de onde pode muito bem vir o tom «ponderado» do comunicado. Digo isto não como crítica à Igreja, mas sim como elogio à Conferência Episcopal.