sexta-feira, 24 de julho de 2009
Não perceberam nada
Não perceberam nada. Claro que o conteúdo será «ofensivo». Não é isso que está em questão. O que está em questão é saber se toleramos ou não que «conteúdos ofensivos» sejam objecto de pretexto para acções violentas. Quem se sente ofendido com «conteúdos ofensivos» recorre aos tribunais, não alerta para «represálias» nem «consequências imprevisíveis», que não são mais do que ameaças veladas. Se queremos que a comunidade muçulmana viva pacificamente em países não islâmicos (e queremos) este tipo de concessão tem de acabar. E era bom que os «líderes» da comunidade muçulmana percebessem que o carácter de excepção que reclamam para si próprios (tolerando este tipo de «eventuais consequências» marginais à lei) só contribui para os atritos que condenam e lamentam. A religião como elemento definidor do comportamento do espaço público morreu. Isto tanto serve para os cristãos, os judeus, os ateus ou os muçulmanos. «E quem não aprende com a História, torna-se vítima dela.»