quarta-feira, 18 de maio de 2005

Subscrevo por baixo

(...) A ligeireza com que o resto do país se juntou à causa é francamente incomodativa. Pessoalmente, dispenso a solidariedade de circunstância. Já é suficientemente complicado lidar com a aura trágica num clube onde ninguém se esquece, em momento algum, da possibilidade real de derrota, seja contra que adversário for, sem termos de entrar em campo a lutar contra o décimo segundo jogador da outra equipa: o azar trazido pelo lampião anónimo que pensa torcer por nós. Assim como o Figo não pode ir à selecção nacional quando lhe dá jeito, dos outros clubes exige-se um permanente sectarismo, não uma qualquer tentativa de objectividade. Não há partilha, há competição. Para a glória, assim como para a calamidade, estamos cá nós.

O Silva

Eu, lampião anónimo, assumo-o: hoje não torço pelo Sporting. Que fique claro. Não desejo a vitória do Sporting, como não desejo a derrota. Simplesmente não desejo nada. Como vou ver o jogo e, ao contrário de outras pessoas, gosto de futebol e não só do Benfica, talvez deseje um bom jogo. Muitos golos, de preferência. Que fique 6-5, independentemente de quem ganhe. Torci pelo Sporting na meia-final, como aqui o disse, porque isso ajudaria (como ajudou) o Benfica. Mais nada. A partir de agora o Sporting está entregue aos Sportinguistas. A glória será (é) só vossa.