Caro Vasco,
Venho retratar-me da boca foleira e desse modo tentar apaziguar o teu espírito, na esperança que isto vá ao encontro do «consolo» que procuras. E digo-te porquê. Ganhaste a minha solidariedade à primeira frase, onde juntas a expressão «despedida tramada» e «aeroporto». Quem já passou por isso (mais do que uma vez) deve respeitar os seus semelhantes. E as manhãs são as mais fodidas, como sabemos. Quando a despedida se dá ao raiar do sol, espera-nos um longo dia de purgatório angustiante, provavelmente com compromissos não evitáveis e a todos os títulos indesejáveis. Do mal o menos: a noite sempre foi a melhor companheira para a solidão. Por isso te digo, camarada Vasco, não ligues ao que digo, ignora a minha voz. Mereces a tua paz. Um abraço.