terça-feira, 10 de julho de 2007

O debate 2

Um a um:

António Costa - É o meu candidato, por isso sou parcial. Tem a seu favor a sua ambição pessoal: nunca larga a pose de estado. É simpático, sem ser charmoso. Tem a lição mais ou menos bem estudada. Um grande contra: será a cara de Sócrates em Lisboa. Valha-nos, outra vez, a sua ambição e hipotética vontade de fazer alguma oposição interna ao licenciado da UnI.

Fernando Negrão - Faz lembrar aqueles miúdos populares do liceu que passavam de ano à custa da simpatia que geravam junto das professoras. Ganha votos sempre que se cala.

Carmona Rodrigues - É bom nos debates. Calmo, sereno, consegue enganar-se a si próprio. Se não tem razão, parece sempre que a tem. É, de certo modo, muito ingénuo. Dará um bom vereador.

José Sá Fernandes - Está cada vez mais colado ao Bloco e isso prejudicou-o. Está mais moralista (característica que abomino nos políticos), mais ressentido, mais indignado. Já ninguém aguenta o seu «plano verde». Não fosse Helena Roseta tão má candidata e não seria eleito.

Helena Roseta - É uma figura arrogante que se tenta vender sob o manto do consenso técnico. Acha que as suas ideias são óbvias e urgentes. Despreza a política, não gosta de discutir ideias. E, surpreendentemente, parece que descobriu o liberalismo (concorrência nos autocarros, bairros sociais geridos pelos moradores, etc.)

Telmo Correia - A maior desilusão (tinha-o em alguma conta). Só fala das salas de chuto e na vídeo-vigilância. Um candidato cinzento e demasiado ideológico mas que apresentou uma das poucas boas ideias do debate: a gestão inter-municipal ao nível metropolitano dos transportes.

Ruben de Carvalho - É um comunista perigoso: gera simpatia e quase que nos esquecemos do partido que o suporta, por causa desse conveniente eufemismo que é «a CDU». Está mais cansado e envelhecido, caiu muito nestes dois anos.

Garcia Pereira - O candidato com o melhor vocabulário. Ninguém sabe para onde vai: tanto diz uma coisa como o seu contrário, desde que produza um bom sound-byte. Tem o melhor sentido de humor (involuntário?) de todos os candidatos.

Quartin Graça - Passo.

Pinto Coelho - Conseguiu esta proeza: às tantas tive pena dele.

Câmara Pereira - O bobo da corte.

Manuel Monteiro - Publiquei o post e verifiquei que só tinha onze entradas. Esquecera-me dele. Ponto final.