Acabei de perder um texto que demorou bastante tempo a escrever sobre o artigo de Maria Filomena Mónica sobre Boaventura Sousa Santos. O texto era pequeno, mas as palavras saíram muito a custo. Era um sinal, claro está, e como eu não soube interpretá-lo o meu computador tratou de mandá-lo desta para melhor. Caro JPT, não pretendo aderir ao conteúdo da argumentação de MFM no que respeita a Moçambique, mas permita-me que adira à forma no que respeita a tudo o resto. O que MFM fez foi um insulto à moda antiga, um ataque pessoal e transparente, e por isso, contrariamente ao que por aí se diz, foi fundamental compôr a personagem do atacado citando desde a sua poesia juvenil até aos prefácios dos manuais escolares. Tudo serve para desenhar os contornos do alvo, o que só valoriza a precisão do tiro. Portugal precisa de alfinetes espetados, não de cobertores quentinhos. E desde que o autor do insulto tenha por este alguma consideração estética, nunca cairemos no mau gosto.