Do architecture.blogger.com.br:
«Escrever é uma forma de se expor, exceto se você é arquiteto. Para o arquiteto, escrever é uma forma de se esconder. E como eles fazem isso hoje em dia. Dê dez eucaliptos para um bando de arquitetos; um terço fará uma casa, o resto fará papel e lápis pra escrever.
A causa: obras construídas são sacos de pancada, e em geral mais resultado de sua capacidade política do que artística. E para realmente virar um legado, um edifício tem de ser pertinente, confortável, e inteligentemente adaptável, o que o holandês voador chama de manhatamnism, a capacidade do edifício se requalificar em uso sem perder suas características arquitetônicas principais. Ou seja, critérios de projeto que valorizam a arquitetura, mas não necessariamente o arquiteto.
A conseqüência: arquitetos que preferem discutir arquitetura, ao invés de produzi-la; e pior, arquitetos que preferem produzir arquitetura para ser discutida. Em resumo, arquitetos que não gostam de arquitetura.
Arquitetos que não gostam de arquitetura sim, e são muitos; discutir arquitetura é legal, principalmente quando não há nada de bom na TV, mas daí a virar, como virou, objetivo principal de um projeto tem uma grande distância. Arquitetura é pra ser vivenciada. E o tesão do arquiteto deveria ser criar espaços que realmente interfiram, pra melhor, na vida das pessoas. Gostar de arquitetura é gostar de espaços assim.
Toda vez que um cineasta, artista plástico, poeta, chef de cozinha e claro, arquitetos falam que o objetivo de suas obras é suscitar uma discussão eles estão dizendo "eu não gosto do que eu faço". Não admira que as pessoas também não gostem.»