(...) Ontem, na biblioteca, o computador tocava um CD dos Madredeus. Aquele que gravaram com uma orquestra flamenga. Por distracção, não liguei os auscultadores. Ou melhor, liguei-os ao buraco errado. Ninguém protestou. Umas quantas músicas mais tarde, uma funcionária da biblioteca pede-me para desligar a música. Disse, natural e educadamente, que a biblioteca é um lugar de trabalho e de estudo, sendo o silêncio de ouro. Ouve-se um coro de protestos. Ninguém à minha volta queria que se desligasse a música. Certos sons são melhores do que o silêncio.
no A destreza das dúvidas