sexta-feira, 6 de maio de 2005
Tony Blair (com foto)
Os meus amigos de direita julgam-me um controverso progressista; os meus amigos de esquerda julgam-me um fascista. Não serve esta indiferente curiosidade para me vestir com o manto da independência que muito boa gente julga sacra. Apesar disto, sou de direita. Não sei bem explicar a origem do fenómeno, mas julgo acreditar que politicamente estou do lado onde não estão aqueles que entendem que a palavra "socialismo" consegue carregar alguma conotação positiva. Adiante. Serve isto tudo para tentar dar a devida importância ao que me preparo para, solenemente, afirmar: Tony Blair é o único estadista europeu digno desse nome. Estadista. Líder, carismático, eficaz. Não há em nenhum outro país europeu ninguém por quem eu tenha tanta estima e consideração política. Note-se, não faço análise política de fundo, porque não tenho formação para isso, apenas professo uma simpatia própria de quem olha de baixo. Alguma direita, é sabido, gosta de Blair porque lhe aponta políticas de direita, o que, sendo ou não justas essas alegações, serve mais para irritar a esquerda do que outra coisa qualquer. Mais: há quem aponte Blair como o pai de uma "terceira via", a via do centro, que eu nem me atrevo a tentar compreender. Pois que Tony Blair seja de esquerda que para mim é indiferente (até porque a esquerda anglo-saxónica não é bem a esquerda desta cultura afrancesada pós-Maio de 68 que nós, infelizmente, herdámos). Sinto talvez que a principal razão que se atreve a tentar explicar a minha admiração por este homem é o sorriso fácil da sinceridade: vejo Blair no parlamento (aquela impecável sala de madeira e verde) e vejo sempre um homem motivado, confiante, alegre, com um sentido de humor genuíno e fácil e extremamente à vontade. Se a Europa estivesse a ser conduzida por Tony Blair eu votaria com alegria no "Sim" a tudo o que me perguntassem.