Uma amiga regressa a Portugal e procura casa em Lisboa. Pede-me que a acompanhe a uma agência. Uma vez lá, diz ao que vai. Entre a Estrela e Entrecampos, está aberta a sugestões. Prefere construção dos anos 1950, não menos de 90 metros quadrados, não mais de 120, dispensa garagem, se possível duas casas de banho, ou espaço para construir a segunda. A brincar, vai dizendo que «Se puder ser num prédio do Cassiano Branco, tanto melhor», e o rapaz que nos atende, fato antracite Armani, gravata fúcsia de seda e a cabeça armada em gel, olhos no monitor, «Desse empreitreiro não temos nada». (...)
Eduardo Pitta