quinta-feira, 21 de maio de 2009

A ignorância é meio caminho andado para a felicidade

Estou muito contente. Em A Consciência do Romance David Lodge confessa que inunda os seus romances de referências literárias, referências essas que fazem sempre o favor de me passarem ao lado. Se há coisa que me chateia é ler um livro, gostar dele, e perceber que gostei dele pelas razões erradas; ou, na melhor das hipóteses, pelas razões mais fracas. Ora, quero aproveitar este tempo que me disponibilizaram aqui para informar o senhor Lodge que as coisas começaram a mudar. Isto porque em How Far Can You Go (um livro que retrata a vida sexual de um grupo de católicos entre as décadas de 50 e 70, através de um conjunto de personagens que dificilmente não se confundem todas com alter-egos de David Lodge, incluindo, sim, incluindo a freira e o gay), às tantas uma das personagens lê e espanta-se com Lady Chatterley e, umas páginas mais à frente, a filha de outra das personagens demonstra o seu apreço pelos Beattles, cantarolando no banco de trás do carro. E o que leio eu hoje na New Yorker? Sim, o que leio eu hoje na New Yorker? Só e nada mais do que a citação deste poema de Larkin:

Sexual intercourse began
In nineteen sixty-three
(which was rather late for me) -
Between the end of the Chatterley ban
And the Beatles' first LP.

Ah!