quinta-feira, 7 de maio de 2009
U ee
Na minha curta vida vi nascer dois jornais sérios: o Sol e o i. O Sol nunca foi outra coisa que não uma cópia do chinês do Expresso, um exercício de ressentimento e vingança que não trouxe nada de novo a um modelo que já apresenta sinais de cansaço. O i é um jornal que aparece no meio de uma crise que ameaça extinguir boa parte da imprensa e que se anuncia como «inovador» em quase tudo: no grafismo, nos conteúdos, na relação com a internet, no nome absolutamente suicida («o i» soa a «uuií», «oui», «uweeee», «danone de morango»). A boa notícia é que parece ter pernas para andar: o primeiro número anuncia um produto híbrido entre jornal e revista, um «magazine» diário que pode muito bem ser a solução. Particularmente bem sucedida é a secção «Zoom» (não perguntem) que apresenta uma selecção de notícias onde se nota que há investigação e cuidado na escrita. As principais notas negativas são a ausência da «cultura» (duas páginas sobre o StarTrek e mais duas sobre tatuagens não cumprem os mínimos) e as traduções do New York Times. Vamos a ver.