segunda-feira, 11 de setembro de 2006

Enfim

Não, não. Eu acho que o Modernismo foi uma revolução, e que há, sem dúvida, um antes do Modernismo e depois do Modernismo. Talvez se sobrevalorize o papel intelectual dos arquitectos no meio disto tudo: o betão armado terá sido provavelmente o maior responsável pela mudança de paradigma. Mas que foi uma revolução, um modo novo de desenhar edifícios (o Frampton diz que não, enfim), lá isso foi. Escreveram-se coisas e fez-se muita propaganda. A malta juntou forças e organizou comícios. Os Ornamentos e Crimes, os CAMS, a fotografia. Nunca antes se tinha assistido assim a uma vontade tão concertada de mudar as coisas, de ensinar essas mesmas coisas (a Bauhaus). Aquela merda foi melhor organizada do que o PC Chinês. Depois, só mais tarde, é que vieram os regionalismos e essas coisas todas, quando os arquitectos começaram a perceber que a história estava a ir longe demais. De resto, tudo de acordo.

P.S: E ó João, isto não quer dizer que o Modernismo foi essecialmente de esquerda? «Provavelmente o erro modernista é ter abandonado o indivíduo, preterido pelo sonho colectivo.» Sonho colectivo? Mas então...