sábado, 16 de setembro de 2006

Erro

As declarações do Papa, ainda que eventualmente descontextualizadas, são indesculpáveis (ou se apela a uma estranha ingenuidade ou então tem de se explicar que a um Papa do séc. XXI se cobra tanto aquilo que «parece» como aquilo que «é», são as regras do jogo). Parece que Ratzinger ainda não percebeu que há uma diferença entre ser um teólogo respeitado e ser Papa. O que lhe terá passado pela cabeça para, em vésperas de uma visita à Turquia, se ter lembrado de centrar em Maomé e no Islão uma palestra (não sabia que os Papas davam «palestras») sobre a relação entre a religião e violência? E o que lhe terá passado pela cabeça para citar, como bem nota o Bruno, um imperador bizantino contemporâneo da Inquisição? A mim fica-me a estupefacção, e a sensação cada vez mais forte de que Joseph Ratzinger foi um enorme erro de casting.