O maradona não gosta do Estoril Open porque acha que é um mau torneio por não conseguir trazer jogadores com uma ambição maior do que chegar a número três no mundo. Esquece-se que o pecado original não é esse: o Estoril Open é um torneio de terra batida, e a terra batida, como sabemos, é um piso que foi inventado pelos espanhóis para poderem ganhar jogos (isto foi antes do Moya, do Ferrero e do Nadal, claro está). A terra batida (o nome, reparem, o nome) é um piso onde se joga quatro metros atrás da linha de fundo, onde a bola passa sempre a dois metros da rede, onde o vento só é superado como táctica de jogo pelo top-spin, onde os serviços não passam dos 190 km/h porque, ai ai, têm de levar top-spin, e, sobretudo, feio como a merda. E, lembremos, a terra batida é o suporte de um Grand Slam que Pete Sampras nunca se dignou a ganhar (e que o Michael Chang ganhou, mantenhamos viva a memória), o que só por si lhe valeria o título de O Maior de Sempre pelo bom gosto (isto se o Federer não conseguir não ganhar o Roland Garros até ao fim da carreira, algo que tem vindo a atingir com brilhantismo). O ATP deve ter regras mesmo fodidas, lá no sistema de pontuação, que obriga os Medvedevs deste mundo a virem ao Cruz Quebrada Open, porque acredito que nem esses (mais o Kafelnikov) têm vontade em passar por lá, porque meninas do Luso há em qualquer torneio de ténis, não são só as sobrinhas do João Lagos que são boas. Quanto ao Muster, não gozes comigo.
Não há regra sem excepção: tenho de agradecer ao João Lagos o facto de ter visto jogar ao vivo Marcelo Rios, o melhor jogador de todos os tempos mais baixo do que eu (1,78m, eu, não ele, 1,75m).