quinta-feira, 31 de maio de 2007

Fernandoguerrização

Eu, como bom capitalista, defendo o primado do mercado sobre todas as coisas. No fundo, também sou darwinista. Isto para dizer que considero que Fernando Guerra é, de facto, o melhor. As encomendas que tem justificam-se. Passando à frente do lamento sobre a falta de concorrência, digo que me começa a incomodar a fernandoguerrização da arquitectura portuguesa. Não há palheiro construído em Portugal que não seja fotografado em contra-luz realçando a silhueta negra da pessoa que está estrategicamente colocada sob o lintel do vão aberto, que tem um braço ou uma perna ligeiramente flectida a indicar movimento e dinamismo. Percebam, sou darwinista, mas o monopólio legitimado pelo mercado não deixa de ser monopólio, e prejudica a «pluralidade de opiniões», neste caso de «estéticas», ou lá o que é.