quarta-feira, 21 de janeiro de 2009
O «anti-americanismo»
A propósito da tomada de posse de Obama (e quero já aqui esclarecer que enquanto aquele povo sair à rua daquela maneira nas tomadas de posse dos presidentes os Estados Unidos continuarão a dispor de uma reserva de superioridade moral inquestionada sobre o resto da humanidade) uma reportagem de uma televisão portuguesa, não me lembro qual, dedicou-se a ir recolher depoimentos a americanos emigrados na Europa. Entre eles, uma jovem americana em Paris (uma «jovem americana em Paris» é toda uma receita para o desastre, como vamos ver já a seguir). Ela estava exultante, como não poderia deixar de ser, e explicou-se. Disse que estava «farta do anti-americanismo que tinha nascido com Bush» e que era uma alegria voltar a poder orgulhar-se de ser americana, ou uma coisa assim. Ora, filha, se estás a ler este blogue, aqui segue um conselho: podes ser nova e achar que o «anti-americanismo» nasceu com Bush, tens a vida toda pela frente para aprender, mas se eu fosse a ti não tirava a armadura e o capacete para já. Just in case.