«Não vale diabolizar as hélices para aproveitamento da energia do vento. São objectos lindíssimos. Dão um toque de modernidade e consciência ecológica, mesmo que não seja essa a força motriz que os colocou lá. Convém apenas assegurar que a força motriz que fará girar a hélice é o vento. De resto, podem até salvar paisagens já descaracterizadas, invadidas por árvores australianas, em vias de desertificação ou com casas absurdas de telhado inclinado para a neve que nunca cairá. Se esta é a nova agressão à paisagem lusitana, aplaudo de pé.»
Ivan, n'A Memória Inventada
Ainda bem que não estou sozinho na apreciação estética positiva às ventoinhas que se adivinham nos topos dos cumes alentejanos. O lento rodar das pás vistas de uma autoestrada a cento e cinquenta quilómetros hora pode justificar esta minha atracção. E não se percebe como se pode temer esta «agressão» quando os postes ou torres ou lá como é que se chamam de electricidade são o que são, essas torres eiffel atarracadas e provincianas.