segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Autorização

Domingo, numa FNAC Chiado deliciosamente vazia (era domingo, lembremo-nos, à tarde) desço as escadas rolantes e reparo em dois jovens engravatados, muito jovens e muito engravatados, à conversa, no meio das estantes, ligeiramente desenquadrados da envolvente. Uns minutos mais tarde vejo o mais velho dos dois (17, 18 anos) a dirigir-se ao balcão de apoio junto da estante das religiões e perguntar sobre o estado do stock da loja no que dizia respeito a livros sobre «Josemaría Escrivá». O funcionário não detectou o nome na sua biblioteca mental e pediu para repetir. «Josemaría Escrivá», disse o rapaz, desta vez mais devagar, apenas para ficar a saber que não havia nada. Resignado, voltou costas e saiu. O que ele queria mesmo era «livros» sobre «Josemaría Escrivá». Não tinha, provavelmente, autorização para mais.