quinta-feira, 31 de janeiro de 2008
Pois
Os pormenores. Deus e os pormenores. Ou o Diabo. Acabo de saber, junto da EMEL, que para renovar o dístico de residente - que tem um período de validade anual - tenho de apresentar uma série de documentos - carta, título, análise ao sangue, urina, estrutura de ADN, vacinas, registo criminal, cartão de eleitor, de militante, de sócio, Medeia card, cópia de habilitações profissionais, duas cartas de recomendação, o costume - e entre eles, brilhante, o próprio do dístico. Ora, eu preciso de um dístico para que o meu carro fique à porta de casa sem que ninguém mo leve dali para fora (o que no entanto acabou por acontecer já por duas vezes, vejam lá bem). Se eu preciso de levar o dístico caducado para que me dêem um novo, então isso significa que eu vou ser, certamente, multado. Ou isso, ou então tenho de trazer, para além da lista acima, o próprio do carro e mais dois vizinhos para mo segurarem na rua - deve ser uma anedota achar que terei lugar na Pinheiro Chagas. Disse isto tudo à menina do telefone. Rematei com a pergunta: «isto não faz muito sentido, pois não?» «Pois», disse ela, sem um pingo de humanidade no sangue.