terça-feira, 7 de abril de 2009

A estante higiénica

Como o Eduardo Pitta mostra bem, o elitismo (ou a qualidade) de uma livraria nota-se mais por tudo aquilo que lá está do que pelos best-sellers (ou o camandro) que por snobismo se mantêm afastados das estantes virginais: é sempre de desconfiar quando uma casa que quer vender livros se recusa vender certos livros como estratégia de promoção. Até a Tema tem revistas de maminhas e de motocicletas e de telenovelas, e ninguém se esquece que é lá que se podem comprar a Granta e a New Yorker e a Literary Review (embora certo crítico literário considere a Literary Review menos qualificada do que a TV Guia - coisa que felizmente nunca terá passado pela cabeça dos senhores da Tema - e de a Granta custar 1/4 de uma assinatura anual de 47 edições da New Yorker - viva o câmbio, viva o mercado livre, viva o grande satã que são os Estados Unidos da América.)