Percebemos que a arquitectura não é fácil quando ouvimos um professor da Faculdade de Arquitectura de Lisboa dizer que o Siza é «péssimo arquitecto» e que o «irrita» e que se «olharmos com olhos de ver percebemos que aquilo é péssimo» e que «se tirarmos a pala ao pavilhão de Portugal aquilo fica um edifício fascista comum» e que «todos os alunos da faculdade já sabem que quando chegarem ao quinto ano levam com ele em cima» e que «o Siza e o Souto Moura só são o que são porque são comunistas» e muitos outros disparates em apenas cinco minutos de conversa. Deu para me chatear, o palerma, ao ponto de o obrigar a dizer «dizes isso porque és novo, vais ver que quando fores mais velho vais olhar para as coisas de outra maneira» e que eu «devia libertar-me dos preconceitos que me meteram na cabeça». Não fosse o ambiente onde a curta conversa decorreu e ter-me-ia divertido a dar uma imagem de puto arrogante, ao ponto de o fazer perder a calma. Ser «novo» tem destas coisas: tomar calores com pessoas que manifestamente não o merecem. É este tipo de coisas que espero que a experiência me ensine. Deixo o achar o Siza uma merda para os ressabiados do costume.
(Aos interessados fornece-se o nome do professor via e-mail. Ou, ainda melhor, dá-se um rebuçado a quem conseguir identificar a personagem com base neste curto desabafo. Vamos lá, não deve ser difícil para quem teve a infelicidade de ser aluno dele.)