sábado, 2 de julho de 2005

(sem título)

O amor não é passível de persuasão intelectual.

Ivan

Sim e não, Ivan, sim e não. Talvez o problema esteja na palavra persuasão, mas se a substituirmos por sedução (ou coisa parecida) teremos de riscar a palavra «não» dessa frase. Ainda que mesmo a mais inteligente das mulheres (escrevo na condição de homem) nos diga que «nenhuma mulher quer ser mais inteligente do que bonita». Dito com alguma crueldade, como se vê. Mas às vezes um par de neurónios pode ser tão estimulante como um par de. O amor, e perdoem-me os românticos, não é irracional. O que não quer dizer que não se cometam muitos disparates em seu nome, mas se a palavra fizer sentido durante todo o processo então os disparates nunca chegam a sê-lo. Porque se o amor fosse irracional não nos poderíamos orgulhar dele. E isso seria trágico.