(Ou como pôr os amigos mais chegados a fazer contas de cabeça)
A 30 de Abril de 2004:
Hoje: mais uma pista sobre a minha misteriosa atracção por edifícios. É o controlo. Num desenho mandamos em tudo. Pomos e dispomos. Somos deuses num microcosmos. A liberdade é quase infinita. Tudo é ao nosso jeito. Porque é que isto me atrai? Porque na vida, caríssimo leitor, é exactamente o oposto.
Na altura interpretava isto como uma coisa má. Agora continuo a achar que não é uma coisa boa, mas duvido que isto (a vida) tivesse muita graça se fosse diferente. No fundo, o aborrecimento da rotina é tão grave como qualquer tirania, como nos explicou há dias o Rui Ramos. Precisamos, no fundo, de pequenas guerrilhas inofensivas de tempos a tempos, para isto não acabar numa inevitável revolução.
Nota: Para que os selvagens do costume não se ponham em divagações voyeurísticas descontroladas, informa-se que este post foi praticamente escrito a quatro mãos.