quinta-feira, 12 de março de 2009
É mais ou menos isto
Os homens, simplificando, fazem as coisas para «impressionar raparigas e causar inveja aos rapazes», como disse sabiamente Erza Koening. Só há dois tipos de coisas que os homens fazem que não entram nesta classificação: as quem têm de ser (levar o lixo lá fora, aspirar a casa, sair da cama às segundas-feiras, etc.) e as que elas mandam fazer (levar o lixo lá fora, aspirar a casa, sair da cama às segundas-feiras, etc.). Tudo o resto é pavoneanço, puro e simples. Perante isto, pode parecer estranho que alguém casado faça algumas coisas, como, por exemplo, manter um blogue ou cortar o cabelo (isto no domínio da mais infungível monogamia). Há duas falácias nesta perversão: a primeira é partir do princípio que o casamento elimina a necessidade de pavoneanço; a segunda é não saber que é muito mais difícil impressionar a rapariga quando a rapariga nos vê a lavar os dentes e a deitar o lixo fora, todos os dias. É fácil parecer desejável quando só se sai da toca à noite e bem cheiroso. É de dia, na planície aberta, que elas mordem, e foi Darwin quem começou a explicar isto. Quem se esquece disto, esquece-se de tudo. Fazer pontes, ir à lua, entre outras coisas, só com um objectivo: impressionar raparigas. Ou, mais difícil, impressionar a rapariga.