

Pelas imagens há, de facto, um problema de escala. O (actual) universo formal de Frank Gehry não dá para tudo. A "culpa" não será dele mas sim de quem exige pequenas réplicas de Bilbau (ou do Walt Disney Concert Hall, projecto anterior a Bilbau mas construído posteriormente). Gehry podia recusar, claro, podia propôr outra coisa. Mas que paga não quer outra coisa, quer a coisa, a mesma coisa. Desta vez tratou-se de uma ampliação, uma adição de novos objectos a uma pré-existência que definiu à partida a escala. Percebe-se que este estranho tenta dialogar ou, pelo menos, não falar ao mesmo tempo. Mas o resultado é estranho porque paradoxalmente estas imagens já não são novas. Estamos habituados é a vê-las noutra escala, noutro contexto. Aqui torna-se evidente a colagem. Evidente e desnecessária. Neste caso o que brilha são os planos verticais de cobertura. Os horizontais são de revestimento cerâmico, baço. Como que a reconhecer que não há espaço, não há ângulo, não há dimensão: para se poder contemplar a obra em todo o seu esplendor é necessário subir à cobertura do edifício vizinho. Isso ou passar de helicópetro.