Vitória por K.O. técnico ao segundo assalto para Ricardo Araújo Pereira. A tarefa era fácil, diga-se. A argumentação d'O Acidental foi (surpreendentemente) bastante superficial e sem qualquer hipótese de resistir. Apenas uma mancha impede a vitória do Ricardo de ser apelidada de imaculada: a tentativa de separar um suposto comunismo dos livros (Marx) do comunismo real:
«Não vejo que haja qualquer nexo de coerência entre considerar que as críticas de Marx à sociedade capitalista são acertadas e aprovar o que fez Estaline. Do mesmo modo, não é verdade que é possível continuar a ser cristão depois de todos os horrores praticados por cristãos em todo o mundo? Ou é forçoso que quem segue a doutrina de Cristo se reveja em Torquemada?»
Esta comparação não tem qualquer sentido. Teria se o comunismo pudesse ter essas duas faces que o Ricardo gostaria (e gostará) que existissem, e que se pode argumentar que existe no cristianismo, por exemplo. Mas o que a história diz é que o comunismo é monofacial, não há o reverso, só a cara.
P.S: Escrevi este post mentalmente a caminho de casa (sim, tenho problemas). Por isso só agora vi este post do Luciano Amaral. É impossível não dar razão ao Luciano, mas considero que esta já é outra batalha. A inicial, a tal que foi ganha pelo Ricardo por K.O. técnico, era sobre a sua legitimidade ou não de ter opinião política. Quanto à tentativa de defesa do comunismo aí o Ricardo não tem hipótese.