segunda-feira, 10 de setembro de 2007
O râguebi
Acontece eu não desgostar totalmente de râguebi. Junte-se isso a ter alguns amigos e familiares que são verdadeiros entusiastas e eu estou à frente da televisão para ver a selecção. E mesmo os All Blacks ou os Wallabies. Das regras, percebo o básico (as faltas baralham-me, e as linhas também), o suficiente para me entusiasmar durante um jogo sem me sentir alheado. Dito isto, não percebo a indignação de quem desejava ver os jogos na RTP. O râguebi é um desporto sem expressão em Portugal, jogado e acompanhado por uma pequeníssima elite (sim, elite, faça-se a média da declaração de IRS dos pais dos jogadores). Não estou com isto a desvalorizar o feito de, sobretudo, Tomaz Morais. Mas não deixa de ser estranho que as vozes que se levantam contra a inexistência de um suposto «serviço público» sejam as mesmas que exigem «menos estado» e melhores condições para a «iniciativa privada». O conceito de «serviço público» é muito discutível e os direitos de transmissão de um Campeonato do Mundo simplesmente não foram comportáveis para RTP - devido à baixa audiência esperada . Esses encargos passaram para um canal privado, que faz deles o que muito bem entender. A direita (sim, o râguebi é um desporto da direita e, se calhar, até de direita - literalmente darwinista) devia estar contente, não indignada.