quarta-feira, 7 de setembro de 2005

O passeio de Roger



O comentador do Eurosport português (recuso-me de repetir o lamento) fartou-se e fartou-se de dizer que para Federer ganhar a Kiefer teria de «elevar o seu jogo», ou seja, e entende-se por isto, teria de jogar melhor. Ora isso não aconteceu. Mas a verdade é que Kiefer é, de facto, melhor do que os outros até agora. A diferença esteve no resultado: 3-1 em vez dos habituais 3-0. Federer continua a jogar como se estivesse a fazer um favor a alguém. É quase desesperante assistir à sua aparente displicência. Parece que contra o suíço todos jogam mal, ou pelo menos, pior. Federer não corre que nem um doido, não se atira para o chão, não faz 20 ases por jogo, não grita nem geme, não faz winners («pontos ganhantes», bela invenção destas vozes nocturnas da TV Cabo) a torto e a direito, não tem propriamente sorte. São os outros. Jogam mal, falham muito, ficam nervosos. Ou então é só ilusão de óptica: parecem maus, mas temos de dar o desconto. Afinal, do outro lado está Federer, tão calmo e sólido que nem se digna a ter treinador. Este tipo enerva-me.