quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

By the way

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Adenda: Escreve Eduardo Pitta:

(...) Porém, em matértia de referendo, ou seja, da exigência de referendo, convinha que fossem mais claros, dizendo, de uma vez por todas, que não querem a Europa. Mas ainda não vi nenhum com tomates para o fazer.

Com tomates ou sem tomates, com todo o respeito, não é essa a questão. Eu desejo um referendo mas não quero Portugal fora da Europa. Eu desejo um referendo porque entendo que este é o momento de haver uma legitimação popular da «Europa», coisa que nunca houve na maior parte dos estados membros (como por exemplo Portugal). Eu desejo um referendo e, provavelmente, votaria «sim», como espero que a maioria votasse. Não quero inviabilizar o crescimento desta inevitabilidade, nem quero abrandar o comboio. Quero, sim, que a Europa perceba que já deixou de ser há muito uma simples organização de estados, uma simples cooperação estratégica (económica e política) supra-nacional. Temo que cada passo que se dá à revelia do povo seja uma perigosa fuga em frente. Aqueles que temem a expressão do voto popular - que são aqueles que consideram que tudo isto são matérias que o «povo» não entende - esperam vencer pelo cansaço, depositando no tempo a esperança de que este todas as feridas sarará. É uma posição optimista e, de certo modo, arriscada. Eu percebo a inquietação: deixar que a aprovação de um Tratado Constitucional dependa de uma dada conjuntura em 27 estados é difícil de aceitar. Concedo. Então que se dê liberdade aos diversos estados membros de realizar o referendo quando bem entenderem, fazendo uma ratificação parcial, estado a estado, como se fez no Euro, por exemplo. Deixar que isto ande para a frente sem referendo não devia ser uma opção. É uma atitude perigosa e cobarde. Ou seja, sem tomates.