segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

O soviético Óscar



Comovo-me com quem se comove com Niemeyer. Não falo dos seus edifícios - porque a arte pela arte é sempre inimputável - nem do seu urbanismo - ainda que bastante mais discutível - falo sim do homem, do velhinho de 100 anos que impressiona pela sua vitalidade. Intelectual, também, apontam-nos. Eu, se me permitem, dispenso. Na entrevista publicada na edição deste sábado do Expresso, o bom Óscar diz-nos que a «débâcle soviética» foi o fim trágico de uma maravilhosa revolução que estava em curso, e acrescenta que o seu maior sonho é uma «sociedade igualitária». Noutra entrevista, aqui, afirma sobre Fidel: «Creo que el ejemplo de coraje y patriotismo de Fidel estará siempre en el corazón del pueblo cubano.» Tudo isto seria perdoável se a senilidade o tivesse tornado inválido. Mas não. Cuidado. O homem está em «óptimo estado» e trabalha como se tivesse 30 anos. Tenham medo.

Se é para entrar no jogo d'O meu velhinho de 100 anos é melhor do que o teu, então eu cito a entrevista de Manuel de Oliveira ao mesmo Expresso. Ganhei.